⚠️ Aviso de Conteúdo: Este artigo contém spoilers de To Be Hero X, além de referências diretas ao suicídio. Leia com cuidado.
Se você é fã de anime e ainda não tá assistindo To Be Hero X, sinto te dizer: você tá vacilando.
No meio de gigantes como My Hero Academia: Vigilantes, essa pérola sino-japonesa tá passando despercebida, mas entrega mais do que muita produção mainstream por aí.
Com direção afiada, animação de cair o queixo e uma filosofia profunda sobre heroísmo, To Be Hero X é aquele tipo de anime que pega você pela estética, mas te segura pela ideia.
Vamos destrinchar por que essa série é mais do que apenas um visual bonito — é uma obra-prima moderna do gênero super-herói.
Confiança = Poder: A Regra de Ouro em To Be Hero X
O mundo de To Be Hero X funciona numa lógica ousada: os heróis ganham poderes com base no “Valor de Confiança”, ou seja, na fé que o público deposita neles.
Se a galera acredita que você voa, adivinha só? Você voa. Simples assim. E quanto mais as pessoas acreditam em você, mais forte você fica. Mas calma — tem um custo.
O título de “X”, o herói principal, é disputado num torneio a cada dois anos.
Nesse sistema onde a reputação é tudo, os poderes são moldados pela fé e, ironicamente, pelas expectativas que podem virar prisão.
O Protagonista Sem Poder, Mas Cheio de Dor
Lin Ling é só um cara comum que trabalha com marketing para heróis. Até que tudo dá errado: demissão, crise existencial, e ele considera tirar a própria vida.
Mas, no mesmo prédio, outro herói — Nice — se joga e morre.
De repente, Lin Ling se vê assumindo o lugar de Nice. Literalmente.
Fingindo ser um herói, ele entra numa realidade que antes só observava de fora.
É aí que a série te pega de jeito.
A jornada de Lin Ling não é sobre salvar o mundo.
É sobre sobreviver num sistema em que as aparências são tudo — e onde ser herói pode ser a maior maldição de todas.
Visual Estilo Arcane, Mas Com Alma Própria
A estética de To Be Hero X mistura 3D e 2D com maestria. Se você curte Arcane, vai pirar. A série transita entre estilos visuais pra destacar momentos chave — tipo quando a luta fica tensa ou o emocional pesa.
A animação 3D é suave, fluida, enquanto o 2D carrega peso, emoção, impacto.
É arte em movimento.
Esse visual não é só bonito — ele intensifica tudo: das batalhas coreografadas aos dilemas internos dos personagens.
Super-Heróis Como Prisioneiros da Percepção Pública
Pega essa: o episódio 3 te apresenta Tall Man, um herói que ganhou fama ao salvar uma criança durante um incêndio.
A menina acreditou tanto nele que ele ganhou o poder de “nunca cair”. Só que esse poder virou uma prisão — ele não consegue mais se sentar, deitar ou descansar.
Ele está eternamente de pé, eternamente o herói que esperam que ele seja.
Essa crítica é cirúrgica: os heróis em To Be Hero X não são livres — são moldados, sufocados e às vezes destruídos pelas expectativas do público.
Enquanto isso, Xiao Yue, que podia se teletransportar, vê seu poder ser reduzido à habilidade de só ir para perto do namorado — Nice.
Um relacionamento fake, controlado, mais marketing do que amor.
O Vilão Também É Você — Ou Melhor, O Seu Medo
Mas não são só os heróis que sofrem.
Os vilões também têm seus poderes determinados por algo: o medo. Se a fé do povo cria heróis, o medo coletivo dá forma aos monstros.
É como uma distorção de Noragami misturado com Black Mirror.
Lin Ling, o nosso “herói falso”, é o ponto de virada. Sem poderes, sem título, sem nada.
Mas é justamente por isso que sua história ressoa.
Ele não é um escolhido. Ele é empurrado. E isso é o mais humano que um anime de super-herói pode ser.
Elenco de Peso e Trilha Sonora Épica
Além de tudo isso, a produção é um espetáculo.
Criado pela BeDream com direção de Li Haoling (Flavors of Youth), a série tem designs de Zhang Lei e uma trilha sonora que bota qualquer blockbuster no chinelo.
Só de ter Hiroyuki Sawano no time já é pra respeitar — mas ainda tem KOHTA YAMAMOTO (Attack on Titan), Hidefumi Kenmochi, Misaki Umase e muito mais.
A abertura “INERTIA” (SawanoHiroyuki[nZk]:Rei) e o encerramento “KONTINUUM” (SennaRin) são perfeitos pra embalar o caos emocional da série.
O elenco? Só monstro:
-
Mamoru Miyano como X
-
Natsuki Hanae como Lin Ling/Nice
-
Aki Toyosaki como Xiao Yueqing
-
Ayane Sakura como Loli
-
Inori Minase como Lucky Cyan
-
Kana Hanazawa como Rainha
-
Kōichi Yamadera como Tora
-
Yoshitsugu Matsuoka como Johnny Grande
-
Yuichi Nakamura como Ghostblade
To Be Hero X É Pra Quem Quer Algo Mais
Esse anime não tá tentando só entreter.
Ele tá apontando o dedo na nossa cara e dizendo: “Ei, olha o que vocês esperam dos heróis. Olha o que vocês fazem com eles.”
Se você curte histórias como One-Punch Man, The Boys, Noragami e My Hero Academia, mas quer algo com mais carga filosófica, visual diferenciado e questionamentos reais, To Be Hero X é pra você.
Dá uma chance. Esse é o tipo de anime que pode mudar sua visão sobre o que significa ser um herói — e talvez até sobre o que significa ser humano.