Quando Seven Deadly Sins perdeu o rumo no fim
Quando Seven Deadly Sins estreou, fui fisgado na hora. Pra quem já tinha devorado vários animes e tava cansado dos mesmos clichês reciclados, ver algo que prometia um mundo novo e vibrante era empolgante.
E a série cumpria. A proposta era diferente, os personagens pareciam vivos, cheios de personalidade, e o universo era grandioso, quase mítico.
Meliodas, em particular, era um protagonista que te pegava desprevenido. No começo, parecia só mais um personagem bobinho com tendências pervertidas e um sorriso infantil, mas logo mostrava ser absurdamente poderoso. Era um clássico do gênero shonen, mas com um toque diferente.
Essa mistura de humor, ação e mistério deixava claro que a história tinha potencial pra algo grandioso. E por um tempo, realmente parecia que ia conseguir isso.
A dinâmica entre os Seven Deadly Sins, esse grupo lendário de cavaleiros acusados de traição, era outro ponto forte.
Tinha química, tinha tensão, tinha história. Mas aí, em algum momento entre a metade e o final, tudo começou a desandar. A narrativa, antes tão bem amarrada, começou a se embolar.
As subtramas se misturaram com o enredo principal de forma confusa. Personagens importantes foram deixados de lado sem explicação. Momentos que deveriam ser catárticos simplesmente não funcionavam mais. O que começou como uma promessa de algo épico, terminou tropeçando nos próprios pés. E, sinceramente? Até hoje isso incomoda.
Finished The Seven Deadly Sins
The story and the characters were great, but some of the relationships between the sins were kind of weird. It’s also a shame that the animation declines in season 3 and season 4 but I still enjoyed the anime for the most part.
My rating is 8/10… pic.twitter.com/XcpXid2j7v
— Aqua💧 (@aquarobinn) April 17, 2025
A fórmula mágica das primeiras temporadas
Nas primeiras temporadas, Seven Deadly Sins parecia ter uma fórmula perfeita. Era entretenimento puro e intenso.
A série trazia temas fortes como alta fantasia, cavaleiros lendários, demônios, amores proibidos e até o risco iminente de um apocalipse. Tudo isso embalado com trilha sonora marcante e lutas eletrizantes. Era o tipo de anime que te fazia maratonar sem perceber.
Meliodas, apesar dos momentos que beiravam o constrangimento por causa de suas atitudes com Elizabeth, ainda assim conseguia ser cativante.
Conforme a história progredia, ficava evidente que a relação dele com ela ia além do clichê. Era uma conexão enraizada em dor, promessas quebradas e recomeços eternos. A verdade sobre o destino deles só tornava tudo mais trágico e poético ao mesmo tempo.
Mas não era só o casal principal que segurava a história. Ban, por exemplo, era um dos personagens mais bem construídos do anime. Seu passado com Elaine, a dor de perder alguém que amava, e sua redenção ao lado dos pecados criavam um arco que te prendia emocionalmente.
E a amizade entre Ban e Meliodas? Era daquelas que te fazia sorrir e engolir seco ao mesmo tempo. Lealdade, sacrifício, arrependimento – tudo ali estava vivo e pulsante.
Esse foco nos personagens, nas motivações internas deles, era o que fazia cada luta importar. Não era só sobre quem batia mais forte. Era sobre o porquê de estarem lutando. E isso fazia toda diferença.

Até a queda na animação afetou o destino de Seven Deadly Sins
Não dá pra falar sobre a decadência de Seven Deadly Sins sem mencionar o que aconteceu com a animação.
Quando a produção mudou da A-1 Pictures para o Studio Deen, especialmente na terceira temporada (Wrath of the Gods), a qualidade despencou de um jeito absurdo. Sério, se você nunca viu, joga no YouTube “Meliodas vs Escanor” e tenta assistir sem rir ou chorar. É quase impossível.
A luta, que tinha tudo para ser uma das mais épicas da história dos animes, virou uma piada visual. Personagens fora de forma, expressões bizarras, movimentos travados. A animação parecia um rascunho. Aquilo que deveria causar impacto, virou meme.
Não é como se fosse impossível gostar de um anime com visual fraco. Quem acompanha One Piece, por exemplo, sabe que dá pra relevar em nome da história.
Mas aqui foi diferente. A animação ruim foi sintoma de um problema maior. A série tava sendo tratada com desleixo. Pressa, orçamento baixo, descaso criativo. Tudo isso ficou evidente. E isso sim, machuca de verdade.
É como se os criadores tivessem desistido da própria obra antes mesmo do público. O carinho, o cuidado, a consistência… tudo ficou pra trás. A cada episódio, a sensação era de que estavam apenas empurrando a história, sem alma.

Pensamentos finais
Mesmo com todos os erros e tropeços, não me arrependo de ter acompanhado a série até o fim. Ainda gosto de pensar no que ela poderia ter sido. As primeiras temporadas continuam vivas na memória, com sua magia, sua emoção, seus personagens únicos.
Ban, por exemplo, ainda é um dos meus personagens favoritos de todos os tempos. E Meliodas, por mais problemático que seja, teve um dos arcos mais complexos que já vi num shonen.
É triste pensar em como algo tão promissor foi se deteriorando com o tempo.
Mas a verdade é que isso acontece com frequência no mundo dos animes e talvez até na vida. O potencial nem sempre é suficiente. Às vezes, é preciso mais do que boas ideias. É preciso respeito pela própria criação.
Seven Deadly Sins, com todas as suas falhas, ainda deixou sua marca. Não do jeito que deveria, talvez. Mas deixou. E isso, por si só, já diz muita coisa.
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Se você também foi impactado por Seven Deadly Sins, mesmo que só nas primeiras temporadas, esse sentimento de pertencimento é real. A dor da decepção também é parte da experiência de ser fã. Por isso, quero te convidar a continuar essa conversa com a gente.
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