Por que Harrison Ford Ama fazer Faroestes após Estrear no Gênero há 57 Anos?
Harrison Ford nunca escondeu sua admiração pelo cinema clássico, e o gênero faroeste ocupa um lugar especial em sua trajetória.
Aos 81 anos, o ator, que marcou época interpretando personagens icônicos como Han Solo e Indiana Jones, continua encontrando motivação para atuar em histórias ambientadas no Velho Oeste.
A razão? O estilo autêntico e visceral dessas produções, que resgatam a essência do cinema tradicional.
No tapete vermelho da aguardada segunda temporada de 1923, em Los Angeles, Ford falou sobre sua paixão pelos faroestes e explicou o que o atrai nesse tipo de narrativa.
Para ele, a experiência de filmar em locações reais, sem depender excessivamente de computação gráfica, faz toda a diferença.
“É aquele tipo de narrativa essencial, de antigamente, e eu adoro trabalhar com esse tipo de material”, afirmou o ator.
A relação de Ford com o gênero não é de hoje, sua estreia no cinema foi justamente em um faroeste, A Time for Killing, lançado em 1967.
Mais de cinco décadas depois, ele retorna ao gênero como Jacob Dutton em 1923, série derivada do universo de Yellowstone que acompanha os desafios da família Dutton no início do século XX.
A nova temporada tem estreia marcada para 23 de fevereiro no Paramount+ e é uma das mais esperadas do ano.
A autenticidade dos faroestes e a resistência ao CGI
Nos últimos anos, Hollywood viu um crescimento exponencial no uso de CGI (computação gráfica) para criar universos fantásticos e cenas impressionantes.
No entanto, para Ford, esse tipo de tecnologia, embora importante, não deve substituir a realidade tangível das filmagens tradicionais.
“Eu amo a fisicalidade desse tipo de história, estar em meio à natureza, sentir a realidade das cenas. É um cinema à moda antiga, sem CGI ou com o mínimo possível – só um toque para dar um charme à locação. Mas, no fim das contas, o que importa é essa narrativa clássica, que se sustenta sozinha”, destacou o ator.
Essa abordagem reflete uma tendência crescente entre diretores e produtores que buscam recuperar o encanto do cinema pré-digital.
Filmes como O Regresso (2015), estrelado por Leonardo DiCaprio, e séries como 1883 e 1923, de Taylor Sheridan, seguem essa linha, privilegiando efeitos práticos e cenários reais em vez de cenários artificiais criados digitalmente.
Os faroestes, em particular, se beneficiam dessa abordagem já que gênero tem como marca registrada a vastidão das paisagens, o contato direto com a terra e a relação dos personagens com o ambiente árido e hostil.
Quando captados de maneira autêntica, esses elementos têm o poder de transportar o público para dentro da narrativa, tornando a experiência cinematográfica mais imersiva e envolvente.
1923 e o renascimento do faroeste
A série 1923 é um exemplo claro de como o gênero continua relevante.
O derivado de Yellowstone explora os desafios enfrentados pela família Dutton durante a Grande Depressão e os conflitos no Oeste Americano.
O sucesso da produção mostra que ainda há uma forte demanda por esse tipo de narrativa, que combina histórias envolventes com uma estética cinematográfica impactante.
Harrison Ford foi um dos grandes trunfos do elenco, trazendo sua presença carismática e a experiência acumulada ao longo de décadas no cinema.
Defend or die. The 1923 season 2 trailer is here! Don’t miss the epic premiere, February 23 on @ParamountPlus. #1923TV #ParamountPlus pic.twitter.com/F2pJ2anDIA
— 1923 Official (@1923official) January 19, 2025
Sua participação também marca um momento histórico em sua carreira, pois 1923 é sua primeira grande atuação em uma série de TV, um meio que ele evitou por muitos anos.
Além disso, a forma como a série é produzida contribui para seu realismo. As cenas foram gravadas em paisagens naturais impressionantes, o que adiciona um nível extra de autenticidade.
Em vez de recorrer a telas verdes e edição digital, a produção aposta em iluminação natural, figurinos de época e direção de arte cuidadosa para construir o universo da trama.
A importância dos faroestes na história do cinema
O faroeste é um dos gêneros mais emblemáticos da história do cinema.
Desde os clássicos de John Ford, como Rastros de Ódio (1956), até produções contemporâneas como Os Imperdoáveis (1992) e Os Oito Odiados (2015), o gênero sempre teve um lugar cativo no coração dos cinéfilos.
Ele também é um reflexo da própria história americana, abordando temas como justiça, vingança, liberdade e sobrevivência em um ambiente hostil.
A forma como essas histórias são contadas pode ter mudado ao longo dos anos, mas o fascínio pelo Velho Oeste permanece.
A revitalização do gênero nos últimos anos, com séries como Yellowstone e seus derivados, prova que ainda existe um grande público para essas narrativas.
O sucesso dessas produções também abre caminho para novas abordagens, que modernizam a estética do gênero sem perder sua essência.
O legado de Harrison Ford e sua visão sobre o futuro do cinema
Aos 81 anos, Harrison Ford continua sendo uma das figuras mais respeitadas de Hollywood. Sua paixão pelos faroestes e pelo cinema autêntico reflete um desejo de preservar a tradição cinematográfica em meio às constantes inovações tecnológicas.
Em um momento em que a inteligência artificial e o CGI dominam a indústria do entretenimento, Ford nos lembra do valor da narrativa clássica e das filmagens que priorizam a realidade.
“Mesmo em uma era repleta de produções carregadas de CGI, ainda há espaço para um cinema cru e autêntico, baseado em efeitos práticos.” – Harrison
Seu trabalho em 1923 reforça esse compromisso com a autenticidade e demonstra que, mesmo em um mundo digitalizado, ainda há espaço para histórias contadas de forma visceral.
Com isso, ele segue inspirando novas gerações de cineastas e atores a buscar a verdade na arte do cinema — e a manter vivo o legado dos grandes faroestes.