A obsessão de Denji por fama é a maior pista sobre a verdadeira identidade de Pochita em Chainsaw Man
Chainsaw Man sempre foi um prato cheio para teorias. Criado por Tatsuki Fujimoto, o mangá brinca com um conceito muito original: cada demônio nasce do medo humano desde os mais básicos, como o medo de armas, até os mais abstratos, como o medo do desconhecido.
E nesse mar de possibilidades, uma pergunta persiste capítulo após capítulo: quem é Pochita de verdade? O demônio que deu seu coração a Denji é, até hoje, uma figura cercada de mistério.
Mas a chave pode estar justamente em uma das características mais marcantes de Denji: sua obsessão por fama e reconhecimento. Será que o desejo de Denji em ser amado é um eco direto do medo que Pochita representa?
Essa teoria em Chainsaw Man, ganha força quando olhamos com atenção para os momentos em que Denji expressa preocupação em ser admirado pelas pessoas. Isso não é só vaidade juvenil há algo mais profundo por trás.
Quando ele hesita em matar inocentes, mesmo quando está ferido e em desvantagem, não é apenas moralidade ou empatia. É medo de perder a atenção, de deixar de ser amado, de ser… esquecido.
E isso, curiosamente, pode estar ligado diretamente ao verdadeiro “poder” de Pochita. Porque mais do que força bruta ou a motosserra infernal, o que define Pochita pode ser justamente a capacidade de apagar coisas da existência e da memória coletiva.
Em outras palavras: Pochita pode ser o demônio do medo de ser esquecido.

A busca por reconhecimento de Denji
Denji nunca escondeu sua vontade de ser amado, de ser visto. Crescendo em extrema pobreza, sem família, sem amigos e sem qualquer dignidade, tudo que ele sempre quis foi viver uma vida comum.
Comer pão com geleia, namorar alguém, ser tratado como um ser humano. Quando Pochita entra em sua vida e eles se tornam um só, essa busca ganha uma nova dimensão.
Denji agora tem poder, visibilidade, fãs. Mas isso tudo vem acompanhado de um vazio que ele tenta preencher com aprovação externa. E é nesse ponto que Chainsaw Man ganha camadas emocionais mais profundas.
I love you, Denji.#チェンソーマン #chainsawman #pochita pic.twitter.com/KcqhL2FoGj
— Pochita (@NezukoSocial) October 14, 2022
No capítulo 203, vemos Denji hesitar em atacar civis fundidos ao corpo do Fakesaw Man. Seu argumento? Se ele os matar, menos pessoas vão gostar dele.
A primeira leitura pode ser: Denji está sendo egoísta, guiado por vaidade. Mas uma leitura mais cuidadosa revela outra coisa: Denji está desesperado para não perder o pouco de amor que conquistou. Ele tem medo de desaparecer da mente das pessoas.
Medo de que o nome “Chainsaw Man” perca significado. Medo de ser irrelevante. E aqui, mais uma vez, voltamos ao possível papel de Pochita como símbolo do medo do esquecimento.
Um medo que, ironicamente, se manifesta na forma de um herói sangrento, que precisa da atenção do público para se sentir real.
O medo Pochita
Pochita tem um poder raro dentro da mitologia de Chainsaw Man: ao consumir um demônio, ele apaga completamente sua existência — não só fisicamente, mas também da memória coletiva. Os humanos esquecem que esses demônios existiram, os conceitos que eles representavam somem.
Essa habilidade, revelada aos poucos, transforma Pochita em uma figura aterrorizante, quase divina. Ele não é apenas destruição, ele é apagamento. O fim da lembrança. O fim do medo.
Essa habilidade parece dialogar diretamente com a angústia central de Denji. O medo de ser esquecido é um dos sentimentos mais humanos que existem.
É a dor de viver e não deixar marcas. E se Pochita é mesmo a personificação desse medo, então faz todo sentido que ele tenha escolhido alguém como Denji alguém que quer ser lembrado a qualquer custo.
Isso também explicaria por que Pochita é tão incomum entre os demônios: ele não é malicioso, não sente prazer no sofrimento alheio. Ao contrário, ele tem empatia, quase ternura. Talvez, porque seu maior pavor seja desaparecer sem ter feito diferença.

A relação entre Denji e Pochita: reflexo de medos compartilhados
A fusão entre Denji e Pochita é uma das relações mais complexas do mangá. Não é só um contrato de poder.
É uma troca de vulnerabilidades. Denji dá a Pochita a chance de viver em um corpo humano, de sentir emoções, de construir memórias. Pochita dá a Denji a força para mudar sua realidade e, com isso, ser visto.
A obsessão de Denji por popularidade pode, então, ser amplificada pela presença de Pochita em seu coração. Não é só vontade de aparecer; é um eco, uma ressonância entre dois seres que compartilham o mesmo medo: o de não deixar rastros.
Essa teoria também justificaria o comportamento aparentemente “heróico” de Pochita. Afinal, se ele é o demônio do medo de ser esquecido, a melhor forma de combater isso seria justamente ser amado.
Ser o herói. Ser lembrado com carinho, não com terror. Ao contrário de outros demônios que se alimentam do medo, Pochita se alimenta de significado.
Ele quer permanecer, ser parte da memória coletiva de forma positiva. E isso molda, inevitavelmente, a personalidade e as decisões de Denji.
ignoring everything that just happened… look at little denji and pochita!! pic.twitter.com/dBZsRAf3gI
— rosie (@osarakii) November 22, 2022
O medo do esquecimento como essência de Pochita
Chainsaw Man é uma obra que constantemente desafia a lógica do bem e do mal. Os demônios não são apenas vilões; eles são arquétipos de medos humanos, muitas vezes mais complexos do que os próprios protagonistas.
Se Pochita realmente representa o medo de ser esquecido, então toda a jornada de Denji ganha uma nova camada de sentido. Ele não quer só fama — ele quer eternidade, quer pertencer à história.
E esse desejo, que pode parecer fútil, na verdade revela a maior dor de todas: a de passar despercebido.
Essa leitura não invalida o crescimento emocional de Denji. Pelo contrário. Ele está aprendendo a equilibrar seu desejo por atenção com empatia genuína.
Sua humanidade cresce junto com a influência de Pochita. No fim, talvez a verdadeira identidade de Pochita não seja apenas “o demônio da motosserra”, mas o demônio que nos lembra que ser lembrado é uma forma de existência.
E, nesse ponto, a linha entre humano e demônio fica cada vez mais tênue.
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